O vice-presidente da República, Michel Temer, enviou carta à
presidenta Dilma Rousseff em que aponta “fatos reveladores” da
desconfiança que o governo possui em relação a ele e ao PMDB. De acordo
com a assessoria de imprensa da Vice-presidência, a decisão de Temer de
escrever a carta foi tomada após a presidenta informar, durante
entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta segunda-feira, que o
procuraria para conversar ainda hoje (7).
No documento, entregue no fim da tarde no Palácio do Planalto, Temer
não propôs rompimento entre partidos ou com o governo, de acordo com a
assessoria da Vice-Presidência: “Ele rememorou fatos ocorridos nestes
últimos cinco anos, mas somente sob a ótica do debate da confiança que
deve permear a relação entre agentes públicos responsáveis pelo país”.
Por meio do Twitter, a assessoria de Temer informou que a carta foi
enviada em “caráter pessoal” a Dilma, e que o vice-presidente se
surpreendeu com a divulgação do texto, “em face da confidencialidade”.
Ainda segundo os assessores, o vice exortou à reunificação do país,
“como já o tem feito em pronunciamentos anteriores”.
Pela manhã, Dilma disse não ver motivos para desconfiar de Temer, “um
milímetro”. O encontro entre os dois, previsto por ela, não deve mais
ocorrer hoje. Temer desembarcou em Brasília pouco antes das 21h, após
passar o fim de semana em São Paulo, e está reunido no Palácio do Jaburu
com lideranças do PMDB como o presidente da Fundação Ulysses Guimarães
(FUG), Moreira Franco, entidade acadêmica ligada ao partido.
Até o momento, a secretaria de imprensa da Presidência não confirma o
recebimento da carta pelo gabinete de Dilma. Ainda de acordo com a
assessoria da Vice-Presidência, Temer manterá “a discussão pessoal
privada no campo privado”.