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Reproduções do Globo online e da Folha de S.Paulo online |
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Claro que as gravações das conversas com Romero Jucá, Renan
Calheiros e José Sarney têm forte impacto político e junto à opinião
pública. Mas a maior preocupação do Palácio do Planalto está na delação
premiada de Sérgio Machado, que segundo informações publicadas por toda a
imprensa, relataria com detalhes os esquemas de propinas de contratos
da Transpetro, que teria beneficiado Renan Calheiros e outros
parlamentares. A se confirmar, Renan Calheiros pode ficar numa situação
insustentável e se afastar da presidência do Senado. É um cenário que
atormenta Temer. O presidente em exercício contava com Eduardo Cunha
para comandar o rolo compressor na Câmara dos Deputados, apesar de todo o
desgaste da aliança perante a opinião pública. Hoje tem que conviver
com Waldir Maranhão (PP-MA) e sua "gestão compartilhada" na Câmara,
claro, com Eduardo Cunha por trás. No Senado e nas sessões conjuntas do
Congresso Nacional, Temer conta com outro rolo compressor que é Renan
Calheiros, basta ver como conduziu a sessão que aprovou a nova meta
fiscal. E se Renan não aguentar? Aí o governo fica numa situação ainda
mais difícil no Senado do que na Câmara. O vice-presidente do Senado é
Jorge Viana (PT-AC). Na Câmara Temer sabe que mesmo com Waldir Maranhão e
sua situação sui generis dá para negociar com Eduardo Cunha mais um
cargo aqui, outro ali, e mesmo aos trancos e barrancos ter um controle
da pauta. Mas na hipótese de ter o petista Jorge Viana no comando do
Senado a situação ficará muito mais complicada para o governo atropelar a
oposição.