segunda-feira, 30 de maio de 2016

"Haja coração" no Palácio do Planalto

Reprodução do Diário do Poder
Reprodução do Diário do Poder
De onde menos se esperava surgiu uma nova confusão para o governo de Michel Temer por conta da Lava Jato. O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle (nova nomenclatura da Controladoria Geral da União), Fabiano Silveira foi indicado por Renan Calheiros. Temer mudou o nome do ministério para passar uma mensagem positiva de rigor na administração pública. E agora surge a gravação onde o ministro Fabiano Silveira (antes do novo governo assumir) critica a Lava Jato e dá conselhos a Renan Calheiros e ao ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado sobre a estratégia de defesa junto aos procuradores da força-tarefa que investiga o Petrolão.

De fato o que o ministro Fabiano Silveira diz na conversa com Renan e Machado não constitui crime. Porém é bom lembrar que na época da gravação ele era conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Logo não me parece ético um conselheiro do CNJ orientar a defesa de envolvidos na Lava Jato. E para piorar ser indicado por Renan para um ministério que tem o papel de zelar pela ética na administração pública. E pelo cargo que ocupa vale mais do que nunca a máxima da mulher de César: "Não basta ser honesta, tem que parecer honesta".

Um deputado aliado do governo com quem conversei ontem à noite por telefone, levantou uma questão interessante sobre o novo desgaste para o governo: "Se Temer quiser estancar o desgaste é só demitir o ministro logo. Daria um recado aos ministros e ficaria bem com a opinião pública. O problema é que o cara (o ministro) é apadrinhado por Renan. Aí Temer não vai querer mexer nesse vespeiro".

Aqui para nós, a Globo está anunciando a toda a hora a estreia de nova novela "Haja coração". Parece que no Palácio do Planalto, com as gravações da delação de Sérgio Machado reveladas em capítulos diários desde a semana passada, todo mundo já está em ritmo de "Haja coração".