sexta-feira, 27 de maio de 2016

Palácio do Planalto se preocupa com situação de Renan Calheiros

Reproduções do Globo online e da Folha de S.Paulo online
Reproduções do Globo online e da Folha de S.Paulo online
Claro que as gravações das conversas com Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney têm forte impacto político e junto à opinião pública. Mas a maior preocupação do Palácio do Planalto está na delação premiada de Sérgio Machado, que segundo informações publicadas por toda a imprensa, relataria com detalhes os esquemas de propinas de contratos da Transpetro, que teria beneficiado Renan Calheiros e outros parlamentares. A se confirmar, Renan Calheiros pode ficar numa situação insustentável e se afastar da presidência do Senado. É um cenário que atormenta Temer. O presidente em exercício contava com Eduardo Cunha para comandar o rolo compressor na Câmara dos Deputados, apesar de todo o desgaste da aliança perante a opinião pública. Hoje tem que conviver com Waldir Maranhão (PP-MA) e sua "gestão compartilhada" na Câmara, claro, com Eduardo Cunha por trás. No Senado e nas sessões conjuntas do Congresso Nacional, Temer conta com outro rolo compressor que é Renan Calheiros, basta ver como conduziu a sessão que aprovou a nova meta fiscal. E se Renan não aguentar? Aí o governo fica numa situação ainda mais difícil no Senado do que na Câmara. O vice-presidente do Senado é Jorge Viana (PT-AC). Na Câmara Temer sabe que mesmo com Waldir Maranhão e sua situação sui generis dá para negociar com Eduardo Cunha mais um cargo aqui, outro ali, e mesmo aos trancos e barrancos ter um controle da pauta. Mas na hipótese de ter o petista Jorge Viana no comando do Senado a situação ficará muito mais complicada para o governo atropelar a oposição.